j'ai repensé à toutes les filles que j'avais connu, avec qui j'avais couché ou même que j'avais seulement désiré. je me suis dit qu'elles étaient comme des poupées russes. on passe sa vie entière à jouer à ce jeu. on est curieux de savoir qui sera la dernière, la toute petite qui était caché depuis le début. on ne peut pas l'attraper directement, on est obligé de suivre le cheminement. faut les ouvrir l'une après l'autre en se demandant à chaque fois "est-ce que c'est elle la dernière?"
(les poupées russes - cédric klapisch, 2005)
10 comentários:
Que texto delicioso (machista, machista e machista). Mulher como objecto, como boneca, como jogo, e racionalização das razões do jogo. A inevitabilidade. E as mulheres todas iguais, só variando no tamanho. Se fosse escrito por uma mulher chegaria a ser genial, de cinismo. Escrito por um homem, é um espírito simples mas dedutivo. Delicioso. Boa escolha da foto, ovelhas para a tosquia.
Notável perspectiva, sem dúvida! de bonecas encaixadas a ovelhas disseminadas...
ou será antes uma distorção de realidades?
Quando um homem "casa" (casa, tem companheira, namorada), deixa de jogar a "les poupées russes"?
só saberás se é a última, ou não, se fores à procura da próxima. porque podes sempre ficar com a que tens. claro que aí nunca saberás é se era a última ou não.
mas acho que isso está implícito: se fores à procura, alguma coisa hás-de encontrar. nem que o vazio. e, claro, depois podes querer voltar atrás... à anterior... mas alguma coisa já ficou partida... o que não é necessariamente mau. somos todos partidos durante a vida. basta é cuidar bem das feridas e aprender com elas.
(gosto desta metáfora, embora seja algo afuniladora. por alguma razão, as bonequinhas reduzem-se no volume que ocupam em relação ás anteriores...)
basta é cuidar bem das feridas e aprender com elas.
Como se cuida bem das feridas menina de porcelana? É lambe-las como os cães? Julgo que deve ser expo-las ao ar, não deitar betadine e o sol e o ar vão cura-las, sobretudo não as fechar, podem infectar. E já agora, toma uma vacina contra o tetano, cobre-para 10 anos e, sobretudo, não tenhas medo de ser mordida outra vez. Afinal já aprendeste a sobreviver. Boa semana!
achei este bocadinho magnífico - e dito pelo romain duris, baralhado com tantas matrioskas, mais magnífico ainda : )
(filipa)
henedina,
deve ser isso tudo! ;) talvez. ou talvez não. não tenho a resposta. tenho uma ou várias para mim, que vou encontrando. cada um terá a(s) sua(s). por isso não poderei dizer como se cuida bem das feridas. posso sim dizer que:
evitar feridas parece-me difícil, senão impossível. e ter medo de "ser mordida outra vez" não impede que sejamos mordidos outra vez.
bom dia!
:)
Tem cuidado é a "escolher" o cão. Há uns que mastigam devagarinho, tão devagarinho e tão bem que a dor é excruciante.
Ou escolhe-os mais velhos do que tu, que assim não têm dentes...
Pior são esses que mastigam devagarinho, tão devagarinho que só percebemos que estamos a ser mordidos depois. porque, até aí, qualquer dor foi prazer...
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