quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012






just what is it that you want to do?
we wanna be free
we wanna be free to do what we wanna do
and we wanna get loaded
and we wanna have a good time
that's what we're gonna do


(primal scream - loaded, 1991)

4 comentários:

alexandra g. disse...

li que durante o naufrágio do Costa Concordia perdeu a vida uma rapariga, em trabalho, para salvar um senhor idoso.

pensei que o idoso, em férias num cruzeiro, foi um filho da puta.

não sinto culpa por pensar que, para além do desemprego, o outro horizonte possível parece ser o de morrer a trabalhar.

Anónimo disse...

alexandra

não sinto culpa por pensar que
"idoso em férias num cruzeiro" parece ser horizonte cada vez mais impossível

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1503088

(ou como o desmentido é devido)

(filipa)

alexandra g. disse...

pelo comentário que fiz acima devo uma pequena :) exposição:

1. eu também ofereceria o meu colete ao senhor idoso; um comandante cobarde não faz a tripulação e isto é óbvio em inúmeras circunstâncias da vida de todos nós;

2. o envelhecimento da população é um facto; é outro facto o desemprego generalizado, constrangedor não só para os jovens em início de vida 'activa'.

3. penso que se continua a depositar uma dose excessiva de confiança nos governos, o que é particularmente grave num tempo em que todos (?) já perceberam que os governos são uma família fechada.

4. o envelhecimento da população é assustador também para a população envelhecida e falo pela minha família materna, com uma longevidade impressionante.

5. numa das noites de castanhas assadas e jeropiga perguntei aos meus tios (de 76, 78 e 79 anos), todos a viver sozinhos em casas enormes, o que acham da ideia de se juntarem numa só casa, ou manterem-se nas suas casas mas convidando amigos para criarem pequenos lares mais íntimos, recorrendo à contratação de gente desempregada que possa cozinhar, levá-los de carro (só 1 não conduz, por enquanto) às compras, ao centro de saúde, ao hospital, etc. O objectivo da conversa foi óbvio para todos: eu sei que têm tanto medo da solidão e da incapacidade como da perspectiva de fazerem uma inscrição num lar. Todos sabem que a geração anterior (na família) não pode abandonar os empregos e que eles não saem de sua casa para se juntar aos mais novos (eu própria já convidei a minha mãe, que tem 82 anos, para vir quando quiser, mas ambas sabemos que, lúcida, não virá nunca, para aqui ou para a casa de outros filhos).

6. acharam graça à ideia, tocados pela perspectiva de manterem a casa, a autonomia, o poderem proporcionar emprego (e até há gente muito jovem na família com formação bestial para este tipo de ocupação).

7. não fizeram nada, refilam com o governo quando é PS (os do PSD) e refilam com o governo quando é PSD (os do PS).

Preferi recorrer a casos muito próximos por conhecer as suas realidades. Vivem com reformas confortáveis, sem dívidas, com a descendência (onde ela existe) 'encaminhada'. Tenho noção de que existem outras pessoas da mesma idade sem este tipo de conforto e com os mesmos dramas e fantasmas. Não te sei dizer se isto poderia ou não entrar nos planos, nas conjecturas acima. Vivo em casa alugada, que me leva uma percentagem significativa dos meus rendimentos e o meu contrato de arrendamento não me permite alugar quartos. E vou, posso garantir-te, ter que trabalhar até morrer. Com, ou sem colete.

(um beijinho)

euexisto disse...

bela malha essa!

torneio internacional de bisca ou dominó ultra challenge, uma coisa por aí. de que servia um deles ir num cruzeiro se não pode levar os outros?