o barbeiro, que aplicava a espuma de sabão às bochechas do engenheiro, parecia imerso em pensamentos. então, de súbito, não se conteve.
- e se vocês ficassem sem cara, já viram? - gritou à assembleia.
- oh, se eu tivesse uma cara como a tua... - respondeu um cliente.
a voz de bainbridge veio de um mar de espuma.
- estás a barafustar porque, se a moda de perder caras se tornasse popular, tinhas de abrir falência.
(stephen crane - o monstro, 1898)
4 comentários:
que grande fotografia, esta, a ilustrar a frieza da decadência. Neste caso, a da barbearia, mas pode bem servir como metáfora para outras bem mais gritantes, que nos cercam todos os dias.
obrigada José Luís : )
mais impressionante foi assitir à evolução desta decadência sempre que passava pelo sítio - agora as portas estão fechadas a cimento e tudo o que resta é a fachada anónima de um prédio velho.
(filipa)
http://www.youtube.com/watch?v=-Vgp1jAabsk&feature=related
e bom fim de semana
the dear Zé, desconfio que o alçapão deste estaminé sobreviveu ao vandalismo. é sempre útil : )
(filipa)
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