"Orgulloso de estar entre el proletariado es difícil llegar a fin de mes y tener que sudar y sudar "pa" ganar nuestro pan. Éste es mi sitio, ésta es mi gente somos obreros, la clase preferente por eso, hermano proletario, con orgullo yo te canto esta canción, somos la revolución. ¡SI SEÑOR!, la revolución, ¡SI SEÑOR!, ¡SI SEÑOR!, somos la revolución, tu enemigo es el patrón, ¡SI SEÑOR!, ¡SI SEÑOR!, somos la revolución, viva la revolución."
e somos mesmo, todos os dias, todas as horas, fora e dentro, dento e fora. e porque, contra tudo, ainda acreditamos que debaixo das pedras da calçada está a praia. e essa é que é essa. (filipa)
Tenho algumas dificuldades com essa história das pedras da calçada.. Apesar do Maio de 68 ter sido pródigo em frases interessantes também o foi em frases profundamente reaccionárias. Ideologicamente aquilo foi uma mescla estéril de ideologias proto-marxistas.
Foi algo exclusivamente cultural (até porque nasceu do movimento intelectual e morreu devido a ele).
Não é possível ter uma revolução política e social sem os trabalhadores tomarem o poder nas mãos.
"Só a imaginação esteve no poder".
É interessante ver onde está agora o Cohn-Bendit e os seus amigos (incluindo os portugueses).
se tiveres tempo lê este artigo.. radiomoscovo.blogspot.com/2008/05/imaginao-trabalhadores-ao-poder.html
HB, as minhas opiniões: - o maio de 68 não se resumiu ao "Dany le Rouge" e a ideais imaginados não palpáveis; - qualquer revolução que queira ser profunda e consequente deverá incluir uma f(r)acção cultural/intelectual/neuronal na sua génese - no resultado, essa inclusão é inevitável; - o conceito trabalhadores, aqui e agora, está muito distante das alfaias agrícolas e das ferramentas fabris - somos nós todos, cada vez menos, a ver pelas filas assustadoras à porta do centro de emprego; - infelizmente, a verdade é que nem sequer a imaginação esteve alguma vez no poder (se tivesse estado, o mundo actual seria bastante diferente)
"sous les pavés, la plage” continua a ser uma das metáforas mais fortes que conheço.
(desculpa, isto demorou um bocado mais do que o previsto e ontem não tive tempo..) Sim, claro que a teoria é fundamental e essa teoria vem quase sempre dos intelectuais (que participam antes ou durante um processo revolucionário). Que me
lembre, assim de repente, o único grande teórico operário foi o Dimitrov. No entanto, uma coisa é não fazer a revolução sem intelectuais e a outra é fazê-lo sem
trabalhadores (e sem o objectivo concreto) e não tendo atenção à dialéctica do processo.
E também, claro que o mundo mudou. No entanto não é assim tão linear que o conceito de trabalhadores tenha mudado como os "fazedores de opinião"
neo-liberais defendem. Aliás, apesar de existirem cada vez menos camponeses e operários no sentido formal dos termos, aproximamos-nos cada vez mais de uma lógica de trabalho como a que tínhamos no ínicio do séc. XX. A estabilização do desemprego em determinados níveis não passa daquilo a que o Marx apontava
como o Exército Industrial de Reserva. O suficiente de trabalhadores desempregados por forma a que seja possível que o capital explore e imponha condições
cada vez mais proveitosas para si. No entanto este número de desempregados também não será suficientemente grande para que surjam convulsões sociais que levem a uma revolução. E depois claro, atrás do desemprego vêm os baixos salários, os contratos com cada vez menos direitos, o fim da negociação colectiva, as jornadas de trabalho cada vez maiores, e os contratos a termo cada vez menores. Já se assistem novamente a casos de contratos à jorna e a negociações de remunerações escandalosas.
Sim, como metáfora bastante poderoso. Aliás, toda a parte surrealista do Maio de 68 foi bastante pródiga.
e o que faz falta, para animar a malta, é a prodigalidade de idéias e acções prodigiosas. aliás, o que faz falta, é dar poder prodigioso à malta. não à maltinha nem à maltosa, mas à malta.
6 comentários:
"Orgulloso de estar entre el proletariado
es difícil llegar a fin de mes
y tener que sudar y sudar
"pa" ganar nuestro pan.
Éste es mi sitio, ésta es mi gente
somos obreros, la clase preferente
por eso, hermano proletario, con orgullo
yo te canto esta canción, somos la revolución.
¡SI SEÑOR!, la revolución,
¡SI SEÑOR!, ¡SI SEÑOR!, somos la revolución,
tu enemigo es el patrón,
¡SI SEÑOR!, ¡SI SEÑOR!, somos la revolución,
viva la revolución."
em Resistencia (Ska-P)
e somos mesmo, todos os dias, todas as horas, fora e dentro, dento e fora.
e porque, contra tudo, ainda acreditamos que debaixo das pedras da calçada está a praia.
e essa é que é essa.
(filipa)
Tenho algumas dificuldades com essa história das pedras da calçada.. Apesar do Maio de 68 ter sido pródigo em frases interessantes também o foi em frases profundamente reaccionárias. Ideologicamente aquilo foi uma mescla estéril de ideologias proto-marxistas.
Foi algo exclusivamente cultural (até porque nasceu do movimento intelectual e morreu devido a ele).
Não é possível ter uma revolução política e social sem os trabalhadores tomarem o poder nas mãos.
"Só a imaginação esteve no poder".
É interessante ver onde está agora o Cohn-Bendit e os seus amigos (incluindo os portugueses).
se tiveres tempo lê este artigo..
radiomoscovo.blogspot.com/2008/05/imaginao-trabalhadores-ao-poder.html
HB, as minhas opiniões:
- o maio de 68 não se resumiu ao "Dany le Rouge" e a ideais imaginados não palpáveis;
- qualquer revolução que queira ser profunda e consequente deverá incluir uma f(r)acção cultural/intelectual/neuronal na sua génese - no resultado, essa inclusão é inevitável;
- o conceito trabalhadores, aqui e agora, está muito distante das alfaias agrícolas e das ferramentas fabris - somos nós todos, cada vez menos, a ver pelas filas assustadoras à porta do centro de emprego;
- infelizmente, a verdade é que nem sequer a imaginação esteve alguma vez no poder (se tivesse estado, o mundo actual seria bastante diferente)
"sous les pavés, la plage” continua a ser uma das metáforas mais fortes que conheço.
(filipa)
(desculpa, isto demorou um bocado mais do que o previsto e ontem não tive tempo..)
Sim, claro que a teoria é fundamental e essa teoria vem quase sempre dos intelectuais (que participam antes ou durante um processo revolucionário). Que me
lembre, assim de repente, o único grande teórico operário foi o Dimitrov. No entanto, uma coisa é não fazer a revolução sem intelectuais e a outra é fazê-lo sem
trabalhadores (e sem o objectivo concreto) e não tendo atenção à dialéctica do processo.
E também, claro que o mundo mudou. No entanto não é assim tão linear que o conceito de trabalhadores tenha mudado como os "fazedores de opinião"
neo-liberais defendem. Aliás, apesar de existirem cada vez menos camponeses e operários no sentido formal dos termos, aproximamos-nos cada vez mais de uma lógica de trabalho como a que tínhamos no ínicio do séc. XX. A estabilização do desemprego em determinados níveis não passa daquilo a que o Marx apontava
como o Exército Industrial de Reserva. O suficiente de trabalhadores desempregados por forma a que seja possível que o capital explore e imponha condições
cada vez mais proveitosas para si. No entanto este número de desempregados também não será suficientemente grande para que surjam convulsões sociais que levem a uma revolução. E depois claro, atrás do desemprego vêm os baixos salários, os contratos com cada vez menos direitos, o fim da negociação colectiva, as jornadas de trabalho cada vez maiores, e os contratos a termo cada vez menores. Já se assistem novamente a casos de contratos à jorna e a negociações de remunerações escandalosas.
Sim, como metáfora bastante poderoso. Aliás, toda a parte surrealista do Maio de 68 foi bastante pródiga.
e o que faz falta, para animar a malta, é a prodigalidade de idéias e acções prodigiosas. aliás, o que faz falta, é dar poder prodigioso à malta. não à maltinha nem à maltosa, mas à malta.
:)
(filipa)
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